Servidores que estão no grupo de risco se revoltam com decreto do prefeito
Através de decreto municipal baixado na quarta-feira, dia 3, o prefeito Jô Silvestre determinou que servidores públicos afastados pertencentes ao grupo de risco de infecção pela Covid retornem ao trabalho.
O artigo 1º do decreto diz que a volta ao trabalho deve ocorrer a partir de segunda-feira, dia 8, de “todos os servidores e empregados anteriormente enquadrados no grupo de risco em razão do enfrentamento da emergência de saúde pública referente à pandemia do coronavírus (COVID-19), independente da faixa etária”.
Já o parágrafo único do decreto rege que “as atividades dos servidores e empregados que retornarão ao trabalho deverão se limitar ao expediente interno, não sendo autorizado o contato ou atendimento ao público, exceto para àqueles cujas atividades externas vinculem-se às áreas da segurança viária, saúde, assistência social, saneamento básico, infraestrutura, zeladoria e limpeza, comunicação, bem como as atividades de apoio, de meio ou que, de alguma forma, façam parte da cadeia dos serviços essenciais, assim também aquelas consideradas relevantes.
A redação do O Victoriano recebeu um e-mail de uma servidora municipal, alegando que os funcionários estão indignados e revoltados com a atitude do prefeito. Leia o e-mail na íntegra:
"Vimos por meio desta, expor nossa indignação e revolta. Somos funcionários municipais grupo de risco, estamos amparados pelo decreto estadual e pela OMS, onde declara que diabéticos, hipertensos asmáticos e outras doenças, correm mais risco de complicação caso venha ser contaminado com o covid, porém no dia 4/02 o prefeito Joselyr Benedito Silvestre, decretou uma nova lista, retirando os diabéticos e hipertensos do grupo de risco e determinando a volta imediata ao trabalho. Trabalhamos no setor onde temos contato direto com a população. As aulas foram adiadas para o dia 15 /02 por falta de epis. E como fica a nossa situação, quem será responsável caso alguém do grupo de risco, venha se contaminar com esse vírus? Quem vai arcar com os gastos? E se vier a óbito quem vai dar o suporte tanto emocional como financeiro aos filhos, pais idosos. Para derrubar um decreto federal para aumentar nosso salário que está defasado o Prefeito não pode. Mas derrubar um decreto federal e ordens do OMS e colocar vidas em risco o prefeito tem poder. Diante desse momento atípico decorrente da pandemia instalada em nosso país e com aumento de casos em nossa cidade, causando colapso do sistema de saúde. Pedimos encarecidamente que as autoridades competentes, tomem as providências para preservar nossas vidas. Não estamos nos recusando em retornar ao trabalho, pois precisamos do nosso serviço, mas queremos voltar com segurança. Por medo de represália, não vamos nos identificar".
Desde já agradecemos!
Servidores municipais de Avaré.