Secretário que queria a venda do Horto foi exonerado
legenda: Observado pelo prefeito Jô Silvestre, o então secretário assina o documento para a municipalização do Horto de Avaré
Fonte da Foto: Fernando LopesO secretário estadual do Meio Ambiente, Ricardo Salles, decidiu entregar o cargo após pressões partidárias. Nesta segunda-feira (28), Salles postou nas redes sociais uma carta enviada ao governador Geraldo Alckmin no dia 7 de agosto. No documento, ele e o secretário-adjunto, Antônio Velloso Carneiro, pedem o afastamento das funções.
Horas depois, o governo informou, por meio de nota, que "acatou o pedido de desligamento apresentado por Ricardo Salles" e anunciou Maurício Brusadin como novo chefe da pasta. Ele assume o posto hoje, 30 de agosto.
Natural de Jaboticabal, Brusadin é economista formado pela Unesp, mestre em Engenharia Urbana pela UFScar. Foi membro do PV e em 2014 trabalhou na campanha de Aécio Neves (PSDB) à presidência da república.
Salles estava à frente da pasta desde junho de 2016. A decisão, segundo apurou o G1, foi política e influenciada pelo partido de Salles, o PP, que não estava satisfeito com o desempenho do secretário. A exoneração deve ser publicada no Diário Oficial ainda nesta semana.
No texto que havia enviado a Alckmin, Salles e Carneiro afirmam que pautaram a gestão “pela busca incessante de desburocratização, simplificação e racionalização da máquina administrativa, sempre com estrita observância da legislação ambiental e em defesa da sustentabilidade.”
E que procuraram "defender a livre iniciativa, o respeito à propriedade privada e a tão necessária segurança jurídica, acreditamos ter dado nossa contribuição para tornar o nosso Estado de São Paulo ainda mais próspero e competitivo.”
Salles e Carneiro encerram a carta dizendo que irão retornar às atividades no setor privado.
Improbidade
Salles é investigado pelo Ministério Público Estadual por improbidade administrativa. Ele é acusado de envolvimento em alterações irregulares de pelo menos seis mapas de zoneamento do Plano de Manejo da Área de Proteção Ambiental da Várzea do Rio Tietê, que envolve 12 municípios cortados pelo rio – entre eles Salesópolis, Santana de Parnaíba e a capital.
O plano delimita as áreas de preservação e aquelas onde são permitidas atividades industriais e de mineração. Técnicos do MP constataram alterações em mapas que poderiam beneficiar irregularmente indústrias e empresas de mineração. Ele também é investigado no caso do chamamento público eprocesso licitatório da Secretaria de Estado de Meio Ambiente para concessão de uso e venda de 37 florestas do Estado (que incluía o Horto Florestal de Avaré).
Fonte: G1