A polícia investiga um golpe que vem sendo aplicado desde 2016 em Avaré. Os criminosos mandam um e-mail para a vítima, cliente de uma loja, com um boleto com dados pessoais obtidos do comércio em que a pessoa fez compra. Caso a vítima pague o valor, o dinheiro vai para os criminosos. Não há informações sobre se há pessoas que caíram no golpe.

O delegado Marco Aurélio Gomes alerta que os clientes devem suspeitar sempre que receberem e-mails com boletos inesperados. Ninguém foi preso.

Ainda segundo Aurélio, o golpe foi feito pela primeira vez em outubro do ano passado em uma empresa. Em março voltou a ser praticado usando pelo menos outras três empresas. A investigação é demorada porque envolve sigilos bancários, diz ele. “A delegacia solicitou à Justiça local informações bancárias, quebra de sigilos bancários e estamos aguardando essas informações para prosseguimento das investigações.”

Segundo a polícia, para conseguir os dados pessoais das vítimas, os criminosos invadem o sistema da loja e roubam o nome completo, endereço e CEP de todos os boletos que foram emitidos aos clientes. No e-mail enviado às vítimas, os estelionatários dizem que houve um erro no sistema de faturamento das notas ficais e mandam um boleto falsificado, praticamente idêntico ao original, pedindo para o cliente esquecer o boleto anterior.

Um homem que prefere não se identificar quase pagou o boleto falso. Ele conta como os criminosos agiram. “Eu estava no notebook mexendo, ligou essa loja, departamento financeiro dela me ligou falando. Daí, nossa, pensei comigo: já está em atraso três, quatro dias e estão me cobrando? Daí a moça do financeiro falou que não era cobrança. Que era só para avisar que estava todo mundo recebendo um e-mail falso e até está dando desconto no e-mail. Aí eu falei ‘deixa eu abrir’. Aí eu abri o e-mail e vi realmente que estava dando um desconto de R$ 16,73. Aí ela falou para não pagar porque é um golpe que está tendo na cidade”, diz.

O empresário Cláudio Albuquerque é dono de uma loja vítima dos golpistas. Como o prejuízo passou de R$ 20 mil, ele investiu em segurança virtual. “Em torno de R$ 22 mil a R$ 25 mil. Prejuízo de pessoas que deixaram de pagar. Recorri aos entendidos em informática e comprei alguns softwares de proteção antivírus e outros e instalei”, afirma.

Por isso, os donos de loja também precisam de cautela, ressalta o delegado Aurélio. “Da parte da empresa o que a polícia orienta é que ela reforce os mecanismos de segurança virtual. Além disso, compete à empresa notificar os clientes a respeito desses golpes para que eles tenham cautela. Da parte dos clientes a gente orienta manter o sistema de vírus sempre atualizado e que, ao receberem ligações telefônicas ou e-mails solicitando troca de boletos, para que eles suspeitem dessas informações e entrem em contato diretamente com a empresa”, completa.

FONTE: G1 ITAPETININGA