PCC estaria usando mulheres para articular ações
legenda: Duas detentas transferidas são acusadas de partiparem da quadrilha que escavou um túnel em uma casa em Avaré para fuga de presos
Fonte da Foto: Google ImagensO uso de mulheres pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) para articular ações do crime organizado dentro e fora das cadeias foi a razão que levou a administração penitenciária a criar uma ala específica feminina no presídio de Presidente Bernardes. “O PCC dizia que mulher não ia para o RDD. Nós acabamos com isso”, disse o secretário da Administração Penitenciária, Lourival Gomes.
A primeira presa a ser enviada para o cárcere duro foi Cândida Márcia Santa Bispo, a “Gorda”, de 42 anos. Presa por fazer parte da facção, Márcia organizou a chamada Festa do 15 em comemoração do aniversário do PCC, no pavilhão 3 da Penitenciária Feminina de Sant’Anna, no Carandiru, na zona norte de São Paulo, em 2015.
O evento foi filmado pelas presas, que consumiam cocaína e fumavam maconha enquanto dividiam um bolo feito para a festa de 22 anos da facção criminosa. “Isso foi uma ação para tentar desmoralizar o Estado”, afirmou Gomes. O diretor de segurança da unidade foi exonerado após o episódio.
Márcia foi presa por participar da quadrilha que cavou um túnel de 100 metros que partia de uma casa até a Penitenciária Dr. Paulo Luciano de Campos (P1 de Avaré) para propiciar a fuga de integrantes do PCC que estavam na unidade de segurança máxima. O bando foi pego em março de 2009.
Segundo a denúncia, foram meses trabalhando no túnel. Após comprar o imóvel, a quadrilha o equipou com sistema de monitoramento. Márcia era responsável por cozinhar para o grupo. Os demais integrantes avançavam na escavação de quatro a cinco metros por dia, com auxílio de pás, macacos hidráulicos e radiocomunicadores com GPS.
Outra detenta que já passou pelo RDD foi Marilene Simões, a “Marlene”, “Flor” ou “Bicho Papão”, de 43 anos. Ela é apontada pela Polícia Civil como tesoureira do PCC e seria responsável por contabilizar o dinheiro arrecadado com o tráfico. Condenada a 37 anos e 6 meses em regime fechado, também já foi acusada de integrar a quadrilha que escavou o túnel na Penitenciária de Avaré e de receber ordem da cúpula da facção para coordenar ataques a ônibus em 2006. Com mais de uma reincidência, foi presa em 2010.
Ambas estão hoje presas na Penitenciária Feminina de Sant’Anna