Morte de garoto no Pronto Socorro levanta suspeita de H1N1 e negligência médica
legenda: Família está indignada com o falecimento de menino de 12 anos ocorrida na segunda-feira
Fonte da Foto: FacebookA família do menino Henrique Caetano Chaim do Nascimento, de 12 anos, está inconformada com a morte súbita dele ocorrida na noite de segunda-feira, 25, pouco mais de 24 horas depois de ter passado por atendimento médico no Pronto Socorro Municipal de Avaré.
A mãe do garoto, Sônia Maria Caetano, relata que pode ter ocorrido negligência médica por parte da médica plantonista que atendeu Henrique na tarde de domingo. “Levamos ele ao Pronto Socorro porque estava tossindo muito e com dores no peito. A médica que o atendeu disse que não era nada, ela até trocou a medicação que eu estava acostumada a dar para ele porque ele sofre de bronquite. E apesar de contarmos isso a ela, ela nem se preocupou em examinar meu filho como deveria, dizendo que as dores que ele estava sentindo eram musculares, decorrentes dos acessos de tosse”, disse a mãe do menino completando que depois disso ele foi liberado para ir pra casa.
PNEUMONIA - Ocorre que as horas foram passando e os sintomas de Henrique foram piorando, tanto que ele foi levado novamente ao Pronto Socorro na tarde de segunda-feira, 25, onde o médico plantonista que o atendeu, vendo a gravidade da situação tratou de providenciar internação imediata, pois o menino foi diagnosticado com pneumonia bilateral.
A morte de Henrique foi constatada no período da noite, cerca de 4 horas depois de ele ter dado entrada no Pronto Socorro. A família recebeu a comunicação em torno das 21h30. Segundo familiares, todos estão indignados com tudo que ocorreu, pois foi muito rápido e até agora o estado emocional da mãe, Sônia, da irmã e de todos que tinham ligação próxima de Henrique, assim como amigos e professores de escola, está muito abalado.
NEGLIGÊNCIA – Como é de praxe quando ocorrem óbitos no Pronto Socorro Municipal, um boletim de ocorrência foi registrado pela Polícia Civil. Exames necroscópicos também foram providenciados e as causas reais da morte de Henrique devem ser divulgadas nos próximos dias. Os familiares do menino pedem que a direção do PS apure se houve ou não negligência por parte da média plantonista que atendeu Henrique no domingo. “Estamos em campanha contra a gripe, e os sintomas que meu filho apresentava deveriam ter sido levados mais a sério pela médica, que no meu ver deveria ter solicitado um exame de raio-x, que iria acusar a pneumonia. Isso poderia ter evitado a morte do meu filho”.
A família não acionou a justiça nesse caso, mas espera que algo seja feito pela direção do Pronto Socorro de Avaré, como a abertura de uma sindicância para apurar a conduta da médica plantonista. O fato de o país estar em plena campanha contra o H1N1exige que certos protocolos de atendimento sejam observados em casos como do menino Henrique.
H1N1 - A Vigilância Epidemiológica de Avaré informou que uma amostra de sangue do menino Henrique foi enviada para análise no Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo, e os resultados deverão sair nos próximos dias. Só então poderá ser afirmado oficialmente se tratar ou não do primeiro caso de H1N1 de Avaré.
A mãe do menino, Sônia, passou por atendimento médico na tarde de quinta-feira, em uma UBS da cidade, porque apresenta quadro de tosse. Ela foi atendida e recebeu receita para medicação preventiva e orientação para exame de raio-x, enquanto aguarda o laudo sobre a morte do filho.
FONTE: JORNAL A COMARCA