Mesmo condenado, barracão que pegou fogo continua sendo usado por Associação dos Catadores
legenda: Eles não têm onde manusear o material recolhido diariamente e não podem armazená-lo em suas residências
Fonte da Foto: A ComarcaMesmo após o incêndio ocorrido no final do mês de dezembro do ano passado, a Associação dos Catadores de Material Reciclável de Avaré continua usando o barracão às margens da linha férrea que atualmente pertence ao Patrimônio da União. O prédio foi interditado pela Defesa Civil na época e teve suas portas lacradas com tijolos, já que o local foi condenado e classificado como impróprio para ocupação.
Entretanto, os catadores que faziam uso do local para armazenarem o material recolhido diariamente, continuaram utilizando o pátio como depósito, dando sequência no dia a dia da associação. A reportagem do Jornal A Comarca esteve no barracão e conversou com os catadores que voltaram a ocupar o prédio, mesmo sob o risco de haver algum tipo de desmoronamento na estrutura que pode ter sido comprometida pelo incêndio.
AUXÍLIO - Os catadores que trabalham no barracão informaram que conseguiram 10 carrinhos para transporte de material graças ao vereador Jairinho do Paineiras, que fez a doação com ajuda de empresários da cidade. O vereador também foi o responsável pela colocação de um portão de ferro numa das entradas do barracão que havia sido lacrada com tijolos.
A máquina de prensar que havia no local foi retirada pela Prefeitura após o incêndio. Hoje em dia os catadores utilizam a carcaça de uma geladeira velha para colocar o papelão recolhido, amarrá-lo o mais apertado possível e fazer os lotes de cargas para serem transportados até os compradores. A reportagem da Comarca também constatou que existe uma ligação de energia elétrica no prédio, que segundo os catadores foi autorizada pela Prefeitura, e eles usariam para ligar uma geladeira, a qual está com defeito. Não existe ligação de água. Quanto à estrutura do barracão, os catadores afirmaram que um engenheiro esteve no local e disse que a estrutura não foi comprometida, que apenas o telhado foi destruído pelas chamas.
SEM RESPOSTA - Procurado pela reportagem do Jornal A Comarca na tarde de quarta-feira, o secretário municipal do Meio Ambiente, Judésio Borges, não se manifestou a respeito do assunto, embora tenha visualizado a mensagem enviada através de aplicativo de rede social e até o fechamento da edição ele não retornou.
Na época, Borges declarou que “tentou de todas as maneiras promover mudanças para melhorar o funcionamento do local, mas houve resistência por parte de uma família e se a prefeitura continuasse cedendo caminhão e funcionários o prefeito poderia até ser enquadrado por improbidade”. O secretário também mencionou a intenção do prefeito em conseguir um dos barracões desativados das antigas instalações da Ceagesp, para funcionar como depósito para as associações de catadores de lixo reciclável.
Fonte: Jornal A Comarca