Mesmo com a terceirização, cidade vive o caos na coleta de lixo urbano

Mesmo com a terceirização, cidade vive o caos na coleta de lixo urbano

legenda: Empresa assumiu no último dia 18 e ainda não conseguiu normalizar o serviço

Fonte da Foto: Arquivo

Ao que tudo indica o prefeito Jô Silvestre ainda enfrentará muitas críticas com relação à coleta de lixo da cidade. Embora a terceirização do setor tenha ocorrido em outubro do ano passado, o Departamento de Licitação da Prefeitura vinha cumprindo os trâmites finais do processo, analisando documentação e recursos interpostos pelas demais empresas que participaram do certame, “tudo para ficar de acordo com a lei” conforme declarações dadas pelo secretário do Meio Ambiente, Judésio Borges.

Ocorre que, desde que houve a licitação para terceirização do setor, em outubro de 2018, a coleta de lixo no município começou a sofrer problemas a ponto de provocar acúmulos enormes de resíduos domésticos em toda cidade. No período das festas de fim de ano, a população viveu um verdadeiro “caos” devido à suposta “greve branca” que o próprio secretário Borges admitiu ter ocorrido entre os coletores.

No mês de janeiro, procurado pela reportagem ddo jornal A Comarca, o secretário declarou que três fatores haviam contribuído para o acúmulo do lixo doméstico: o aumento considerável da geração de resíduos em época de Natal e Ano Novo; problemas mecânicos nos caminhões da Provac (empresa que fornecia os caminhões de coleta); e a “greve branca” que ele atribuiu ao “desânimo e a falta de interesse de parte dos coletores que estava revoltada com a terceirização do setor”.

CAOS CONTINUA – Oficialmente, a agora empresa responsável pela coleta de lixo em Avaré, a Consita, com sede em Belo Horizonte-MG, assumiu o setor no último dia 18, segunda-feira, e de lá para cá o que mais se tem visto e comentado nas redes social é o problema de lixo acumulado por toda cidade.

Diante das inúmeras reclamações, a Secretaria Municipal do Meio Ambiente emitiu nota à imprensa alegando que o problema na coleta se deu “em virtude do acúmulo inesperado de resíduos da última semana”. O informe diz ainda que a empresa Consita “teve que recolher um volume 3 vezes maior do que o esperado. Com isso, alguns bairros não foram totalmente atendidos". Ainda de acordo com a Prefeitura, “o quadro deveria se normalizar até o início da próxima semana”.

FALTA DE PLANEJAMENTO – Conforme vários órgãos de imprensa noticiaram, a falta de planejamento da prefeitura e da empresa vencedora certamente foi o principal fator que provocou o caos na coleta de lixo da cidade, afinal, o processo licitatório de terceirização vem se arrastando há mais de um ano. Ademais, a Consita foi declarada vencedora em outubro de 2018 e de lá para cá, acredita-se que houve tempo suficiente para que toda logística fosse definida pela empresa. O comentário de um internauta definiu bem a situação: "Governo é feito de planejamento e trabalho. Era pra ter pensado nessas situações antes, né?"

ESTIMATIVA INSUFICIENTE – De acordo com o que foi apurado pela reportagem do jornal A Comarca, o contrato firmado entre a Prefeitura e a Consita, no valor de R$ 3 milhões anuais, não seria suficiente para cobrir os gastos que a empresa terá no desempenho da sua função. Até porque, no edital da concorrência lançado na época, a estimativa de gastos é de R$ 5 milhões anuais, sendo que o menor valor proposto foi o da Consita, de R$ 3 milhões.

Outras questões verificadas dizem respeito à frota de caminhões e o efetivo de coletores. A empresa Provac, que locava os caminhões coletores à prefeitura, disponibilizava seis veículos diariamente para que cerca de 80 coletores realizassem o serviço em toda cidade, inclusive na área da represa. Com relação ao número de caminhões disponibilizados pela Consita, de acordo com o edital e o contrato firmado tem que haver seis caminhões coletores trabalhando diariamente, com capacidade para 15 metros cúbicos de lixo compactado cada um.

Já a equipe de coletores da Consita é formada por no máximo 20 trabalhadores, com carga horária de até 8 horas/dia, mas a maior parte estaria trabalhando com sobrecarga diária dobrada, e conforme alguns comentários em redes sociais, até mesmo pedidos de desligamentos teriam ocorrido esta semana.

FONTE: JORNAL A COMARCA

Fotos: Arquivo pessoal/Facebook

Compartilhar:
Veja Também