Ladrões de gado já causaram danos de mais de R$ 1 milhão em Avaré e região
legenda: Esta semana um grupo de pecuaristas resolveu se mobilizar e procurou pela reportagem da TV Record Paulista
Fonte da Foto: TV Record PaulistaAo longo de 2016 a Polícia Civil registrou diversas ocorrências de furto de gado em propriedades rurais de Avaré e cidades da região, num total de cerca de 250 cabeças que simplesmente desapareceram de pequenas, médias e grandes fazendas no ano passado, como apurou a reportagem de O Victoriano junto à Delegacia de Investigações Gerais, a DIG de Avaré.
Entretanto, esta semana, um grupo de pecuaristas resolveu se mobilizar e procurou pela reportagem da TV Record Paulista, onde os números apresentados foram bem mais altos que os registrados pela polícia que contabiliza o gado furtado através dos boletins de ocorrências lavrados às épocas dos furtos.
Seis pecuaristas de um grupo de cerca de 20 vítimas das quadrilhas de ladrões de gado conversaram com a reportagem da emissora e afirmaram que ao longo de 2016 aproximadamente 500 cabeças foram furtadas de propriedades localizadas em Avaré e região, num prejuízo calculado em R$ 1 milhão e 200 mil. Ainda segundo os pecuaristas, este ano de 2017 os ladrões de gado já teriam furtado cerca de 50 cabeças.
De acordo com o delegado responsável pelas investigações na DIG de Avaré, Fabiano Ferreira da Silva, nenhuma ocorrência de furto de gado foi registrada em Avaré neste início de ano, “mas afirmo que estamos com uma linha de investigação em pleno andamento desde o primeiro delito registrado no ano passado”. Fabiano complementa dizendo que nos autos registrados pela DIG constam em torno de 250 animais desaparecidos em 2016, mas salienta que esse número pode ser maior porque algum proprietário pode ter deixado de comunicar o crime à polícia.
QUADRILHAS ESPECIALIZADAS
Não se sabe se apenas uma ou mais quadrilhas estão agindo em Avaré e região, mas o modus operandi é sempre o mesmo. São pessoas que têm conhecimento de causa e se utilizam de cavalos para juntar e conduzir o gado até o transporte, ou seja, caminhões são usados para levar o gado que certamente já tem destino certo.
As marcas deixadas pelos ladrões nos pastos indicam o uso de peões que precisam conduzir o gado por centenas de metros até chegarem aos veículos de transporte, os quais ficam estacionados próximos ou até mesmo às margens de rodovias como a SP-255 (João Mellão), onde está localizada uma grande propriedade e um dos últimos locais onde foi registrada ocorrência de furto de gado em 2016.
Os ladrões agem sempre no fim da noite e início da madrugada, conforme mostra a reportagem da TV Record Paulista, e eles procuram preferencialmente por animais que chegam a valer até R$ 6 mil por cabeçca, como é o caso da raça Red Angus. Mas teve caso em que a quadrilha levou a boiada toda (entre 20 e 30 cabeças de Nelore), restando ao proprietário apenas a foto que ele tirou quando adquiriu os animais.
Falando em nome do grupo de vítimas dos ladrões de gado, o pecuarista e empresário Luiz Antonio Foganholi, o popular Pardal, pede mais atenção das autoridades no sentido de coibir esse tipo de delito que tem atingido justamente os pequenos pecuaristas, que chegam a praticamente “quebrar” quando tem seus animais quase que levados na totalidade.
CRISE
Por outro lado, a Polícia Civil tem demonstrado empenho nas investigações dentro das possibilidades, conforme justifica o delegado Fabiano responsável pelos inquéritos em andamento. Para ele são muitas as dificuldades enfrentadas pela polícia ao longo das investigações, não só relacionadas ao caso, mas também à crise que afeta todo o país e as mais diversas classes de profissionais e autoridades como a Polícia Civil, uma instituição que tem sentido na pele as dificuldades de combater a criminalidade sem o devido apoio dos governantes.