Ex-prefeito Wagner Bruno fala do problema das enchentes em Avaré
legenda: Político administrou a cidade entre os anos de 2001 e 2004 e chegou a apresentar projeto orçado em cerca de R$ 65 milhões para solucionar problema
Fonte da Foto: ArquivoDiante dos acontecimentos catastróficos ocorridos nos últimos dias e que já perduram há décadas em Avaré - as enchentes em diversos pontos da cidade - o ex-prefeito Wagner Bruno, que administrou o município no quatriênio 2001/2004, entrou em contato com O Victoriano para prestar esclarecimentos do que fez como prefeito na época para tentar solucionar a questão.
“As chuvas dos últimos dias, principalmente aquelas da última terça-feira, que causaram enchentes nunca antes visto em nossa cidade, trazendo pânico aos avareenses, trazem à velha discussão de obras que já deveriam ter sido feitas para combater esse problema crônico de nossa cidade. Porém, tendo em vista algumas matérias e notas jornalísticas, pronunciamentos de leigos, e até mesmo de órgãos sérios de nossa comunidade, dizendo que entra governo e sai governo, e nada é feito, não poderia me calar e deixar de trazer esclarecimentos referente ao meu período à frente da Prefeitura municipal de Avaré (2001 a 2004). Conforme já divulgado, obras para combate às enchentes em Avaré têm o custo de dezenas de milhões de reais. Dinheiro que o município não dispõe para fazer frente a uma obra desse porte, a não ser com recursos de outras esferas de governo, principalmente da União, porém, mesmo assim sabemos que essa obra pode ser executada por etapas”.
“Tendo assumido o cargo de Prefeito Municipal de Avaré, ao primeiro dia do mês de janeiro de 2001, sabendo que enfrentaríamos logo de início o período de verão e as fortes chuvas, e ciente da falta de recursos financeiros, um dos primeiros atos de nosso governo, até mesmo antes de tomar posse, foi entrar em contato com a regional do DAEE (regional de Marília), intermediado por uma diretora técnica, uma avareense, para realizar convênio, para a cessão de uma máquina tipo “dragline”, nunca antes utilizada em Avaré, para a limpeza e desassoreamento de todos os córregos que cortam o perímetro urbano. Já nos primeiros dias do mês de janeiro, a máquina já estava em Avaré. Foram realizados trabalhos de limpeza e desassoreamento do Ribeirão Lageado, córregos Água Branca, do Burrinho, São Luís, do Curtume e Pinheiro Machado. Limpeza manual de todas galerias, tubulações e bocas de lobo. Esse conjunto de ações, permitiu que nos quatro anos tivéssemos pouquíssimos pontos com acúmulo de água em épocas de chuva”.
“Realizamos uma obra, apesar de não estar em área de alagamentos ou enchentes, mas era considerada um ponto nevrálgico em cada época de chuvas pesadas, a cada chuva, a cada ano que se passava, as águas levavam todo o calçamento, abrindo crateras na pavimentação da rua Bahia, no bairro Alto. Quem não se lembra? Executamos cerca de 800 metros de linha de tubulação, com galerias e bocas de lobo, com nova pavimentação, acabando de vez com aquele velho problema, que também contribuía para o assoreamento do Ribeirão Lageado.”
“Mas como também tínhamos ciência de que algo maior precisava ser feito, realizamos um trabalho político e de bastidores, intermediado, além de mim, por nossos secretários José Mário Rosario e Silvano Porto Rodrigues, amigos empresários, e, pela primeira vez na história de Avaré, e certamente de muitas cidades da região, nossa cidade foi incluída numa emenda da “bancada paulista” na Câmara dos Deputados. Foi elaborado um grande projeto de macrodrenagem da cidade inteira, em que até o bairro do Bonsucesso seria inteiramente drenado. A concepção também apresentava a execução de três reservatórios de contenção (piscinões), dois pré-linha férrea (Vila Jardim e Vila Martins III) nas nascentes dos córregos Água Branca e do Burrinho, e um pós linha férrea (Bairro Água Branca/Santana), no encontro dos mesmos córregos. Uma obra orçada à época em torno de R$65 milhões de Reais. A “Concorrência Pública” chegou a ser aberta, visitas técnicas foram realizadas, inclusive com uma empresa vencedora. Avaré seria transformada em um grande “canteiro de obras”, certamente hoje seria uma outra Avaré, mas infelizmente… um tal de “Valdinei Muniz”, guardem bem esse nome, sempre acobertado pelo Joselyr pai, e também comissionado no início do governo do atual “prefeito locutor peão”, fez duas denúncias vazias e infundadas, uma no Ministério da Integração Nacional, e outra na Procuradoria Geral da República. Ambos órgãos não poderiam fazer outra coisa a não ser abrir investigação, e ao final de dois anos ambas denúncias foram arquivadas por falta de provas; porém, o certame que teve inclusive vencedor, só não foi adjudicado por conta destas denúncias infundadas. Infelizmente quem perdeu foi Avaré, pois a concorrência teve que ser cancelada. Perdemos uma grande oportunidade de acabar definitivamente com as enchentes em nossa cidade. Os projetos que dizem existir, são de nossa época. Se alguém quiser tenho todos documentos pra comprovar”.
Atenciosamente, Wagner Bruno - Ex-Prefeito (2001 - 2004).