Condephac pede ao prefeito a mudança da Feira da Lua
Em ofício encaminhado para exame do prefeito Jô Silvestre, o Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural (Condephac) expõe o risco que correm alguns bens culturais tombados pelo patrimônio histórico na Praça Prefeito Romeu Bretas. “Isto em consequência do mau uso do espaço público para a realização semanal da Feira da Lua”, argumentam os conselheiros.
O Condephac indica a “imediata necessidade” da remoção da Feira da Lua “para outro lugar mais apropriado”, argumentando terem sido tombados por decreto do Executivo o edifício da Concha Acústica, a escultura O Desbravador e o Marco Geográfico.
Segundo a presidente do Condephac, professora Valdirene Silva, especializada em Artes, também está sendo gravemente afetado outro bem artístico situado na mesma praça: o piso em mosaico português, obra do artista plástico Fausto Mazzola, que reproduz árvore cercada por uma ciranda, produzido em 1959.
Patrimônio da humanidade
Em sua petição, o Condephac lembra que o mosaico português é hoje considerado patrimônio da humanidade, mas que em Avaré o piso da praça do centro histórico “sofre agressões contínuas da parte de alguns feirantes, os quais o danificam ao estacionar carros-reboques e instalar barracas e peças de brinquedos infantis, além de sujarem o espaço pelo descuido no manejo dos produtos alimentícios ali comercializados”.
Na opinião dos conselheiros o uso do entorno da Concha Acústica para o evento, nas tardes e noites de sextas-feiras, “precisa ser revisto urgentemente” por ferir a legislação em vigor e provocar danos ao patrimônio cultural.
Para cumprimento da lei, o Condephac sugere ao prefeito a realização da Feira da Lua “em outro espaço que seja adequado para esse fim sem causar impactos à preservação patrimonial”.
Polêmica
Criada em 2012 na gestão do prefeito Rogélio Barcheti, a Feira da Lua inicialmente priorizava a venda de produtos orgânicos. Com o tempo o espaço passou a ser usado também para comércio de artigos importados. A maior crítica é quanto aos problemas gerados no trânsito central e à concentração de crianças e jovens desocupados, além do risco de prostituição infantil que desperta preocupação de autoridades judiciárias.
No Paço Municipal o caso já merece análise da assessoria que busca meios de transferir a Feira da Lua para espaços alternativos, dentre os quais a avenida de acesso ao recinto da Emapa, o estacionamento do Ginásio Municipal Kim Negrão e a área fronteiriça da Estação Ferroviária na Rua Lineu Prestes.
Até mesmo a Praça Guaraciaba Amorin (da estação velha, próxima à Avenida Major Rangel, perto do antigo fórum), também foi cogitada para servir de local para a Feira da Lua.