Cachorra perde filhote e 'adota' gato abandonado no portão de casa
legenda: Dono dos pets contou que Nina ficava desesperada ao ouvir o choro do gatinho e passou a alimentá-lo e dar banho, em Paranapanema (SP). Veterinária diz que relação foi possível devido ao instinto materno da cachorra
Fonte da Foto: Arquivo pessoalFoto: Lucas Henrique Barbosa/Arquivo pessoalA expressão “filho de peixe, peixinho é” passou longe da história da Nina, uma cachorra que, enlutada pela morte recente de seu filhote, “adotou” um gato de rua e passou a cuidar do bichinho como se fosse seu filho, em Paranapanema (SP).
Ao g1, o dono dos pets e também ativista da causa animal, Lucas Henrique Barbosa Guimarães, contou que o vínculo entre os dois surgiu de forma natural depois que ele acolheu o gato recém-nascido em sua casa.
“Como eu já trabalho ajudando animais de rua, alguém achou que eu ia cuidar do filhote e abandonou no portão de casa. Colocaram o gato dentro de uma sacola e a amarraram no portão. Ele ficou miando demais, aí a senhora que cuida da minha avó viu e pegou. Quando eu cheguei em casa, tive a surpresa”, relata Lucas.
Lucas contou que Nina tem aproximadamente 10 anos de idade e, por ser mais velha, é a única fêmea dele que não foi castrada. Ele disse que a separa dos outros cães quando está no período de cio, mas por um descuido, engravidou recentemente de outro cachorro que mora na casa.
“Ela engravidou e nasceu um filhote só, mas ele morreu. Não sei a causa da morte, só o encontrei morto junto com ela depois de uma semana de vida. Alguns dias depois, no último dia 5, abandonaram o gatinho no portão de casa”, lembra.
Instinto materno
De acordo com Lucas, Nina e o gatinho, que ainda não tem nome, não criaram somente um vínculo de amizade, mas de mãe e filho. Incomodada com o choro do filhote, ele disse que a cachorra começou a lamber a região genital do gatinho, o que é o papel da mãe para estimular o bichinho a fazer as necessidades.
Além disso, o filhote começou a procurar a cachorra para mamar e o dono contou que Nina realmente está produzindo leite. No entanto, ele ainda complementa a alimentação do felino com leite na seringa.
“Ele é bem manhoso, só quer ficar perto dela e mia muito. Antes ele estava dormindo no meu quarto, aí de madrugada eu tinha que levantar pra dar leite pra ele, igual criança”, conta Lucas.
Segundo a veterinária Lizandra Evangelista Alves, é comum que alguns animais acolham filhotes de outras espécies e essa relação não deve trazer nenhum prejuízo aos pets.
A orientação nesse caso, segundo a especialista, é que o dono continue monitorando o estado de saúde dos animais, principalmente se o filhote está se desenvolvendo bem. Caso ele presencie alguma alteração, basta procurar um veterinário.
“Não vai atrapalhar em nada. Ela vai cuidar como se fosse dela. Tem gato e cachorro que se dão super bem, então vai ser normal, como mãe e filho mesmo. Agora é acompanhar pra ver se o gatinho está se desenvolvendo bem, se o leite está sendo suficiente, principalmente nos dias de recém-nascido.”
Trabalho voluntário
Ao g1, Lucas contou que mantém um trabalho voluntário em Paranapanema para cuidar de animais de rua. Ele e alguns amigos se mobilizam para encontrar lares fixos e temporários para os bichinhos e juntam dinheiro para castrá-los.
Quem quiser contribuir com doações, seja de dinheiro, ração ou medicamentos, pode entrar em contato com o voluntário para obter mais informações. O telefone é (14) 99647-8533 (com informações do G1 Itapetininga e Região).