Avaré segue no ranking de cidades com alto índice de suicídios
Enquanto os casos persistirem, o papel da imprensa há de continuar a ser o de mostrar que o suicídio é um problema gravíssimo de saúde pública. O fato da imprensa não noticiar um suicídio é um pacto antigo baseado em pesquisas científicas que demonstram, claramente, que o suicídio noticiado sempre tem sequências.
No ano passado a cidade de Avaré registrou ao todo oito casos de suicídios consumados, sem contar as inúmeras ocorrências de pessoas que atentam com a própria vida e não conseguem seu intento. No último domingo, 10, as polícias Civil e Militar registraram o primeiro caso de 2019 em Avaré, envolvendo um menino de apenas 15 anos, que segundo familiares já demonstrava sinais de que poderia cometer suicídio.
Felizmente não ocorreu aqui na cidade o que aconteceu, por exemplo, em Foz de Iguaçu, onde as redes sociais trouxeram não só a morte de pelo menos três jovens, como algumas fotos chocantes acabaram viralizando via WhatsApp, em total desrespeito à pessoa que tirou a vida e, principalmente, seus familiares.
É preciso falar sim de suicídios, mas com o devido cuidado de não colocar o ato em si cometido (quem foi e como foi), pois isso pode desencadear um tipo de efeito dominó, com pessoas imitando fatos trágicos. Desde 1999, a Organização Mundial da Saúde (OMS) vem tratando desse assunto, lançando uma série de documentos voltados a grupos sociais e profissionais específicos que são particularmente relevantes na prevenção do suicídio.
O manual da OMS ensina como noticiar o suicídio em geral. Os assuntos específicos que devem ser abordados na cobertura de um suicídio incluem os seguintes:
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as estatísticas devem ser interpretadas cuidadosamente e corretamente;
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fontes de informação confiáveis e autênticas devem ser usadas;
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comentários improvisados devem ser feitos cuidadosamente, a despeito das pressões de tempo;
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generalizações baseadas em fragmentos de situações requerem atenção particular;
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expressões como “epidemia de suicídio” e “o lugar com a mais alta taxa de suicídio do mundo” devem ser evitadas;
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deve-se abandonar teses que explicam o comportamento suicida como uma resposta às mudanças culturais ou à degradação;
PREVENÇÃO – O número mais divulgado ultimamente ligado à prevenção do suicídio é o 188 do Centro de Valorização da Vida, o CVV, que possui um escritório aqui na cidade de Avaré. Entretanto, desde o dia 1º de fevereiro o telefone 188 passou a valer para todo território nacional. Além disso, o serviço na cidade conta ainda com página no Facebook onde o usuário pode enviar mensagens (CVV Posto de Avaré).