Avaré alcança quase 5 mil microempreendedores em 2019
legenda: Dado corresponde a um crescimento de 16,5% em um prazo de 12 meses; adesão ao serviço desponta como alternativa para sair da informalidade
Fonte da Foto: InternetDados publicados no site do Sebrae informam a existência de 4.799 microemempreendedores individuais na cidade de Avaré em 2019. Os números foram atualizados pelo portal na última quarta-feira, 3, e revelam que do ano passado pra cá foram criadas quase 800 MEI’s, cuja quantidade representa um crescimento de 16,5% no setor empreendedor.
O programa completou dez anos em dezembro do ano passado e abriu no mercado, um amplo espaço para trabalhadores autônomos afetados pelo disparo do desemprego - produto da recessão econômica - que tem se arrastado por quase todos os setores produtivos nos últimos cinco anos. Nesse cenário, onde os brasileiros começaram a buscar a formalização dos seus “bicos”, e o País no início de abril já contabilizava 8,1 milhões de microempreendedores em seu rol de cadastros de empresas.
De acordo com as estatísticas as principais faixas etárias adeptas a esse tipo de serviço oscilam entre 31 e 40 anos e 41 e 50 anos. Juntas, essas categorias correspondem à propriedade de mais de 50% das MEI’s existentes em Avaré.
Quase 40% dos empreendedores se enquadram na modalidade de vendedores ambulantes, ou seja, não possuem estabelecimento fixo. Isso quer dizer que muitos avareenses optam pelo Home Office ou pelo comércio porta a porta.
Embora seja mais perceptível em faixas etárias superiores, a adesão às MEI’s não se restringe somente a esse público. Boa parte dos jovens recém graduados encontra no empreendedorismo uma alternativa de garantir renda em meio à crise. É o caso da publicitária Jéssica Ferezin, de 24 anos, MEI há cerca de quatro meses. Ela conta que mesmo trabalhando com a produção de eventos, cujo setor é considerado mais informal, houve a necessidade de se adequação ao mercado para recebimento de pagamentos e assinatura de contratos. “Para quem está começando é uma ótima opção. Quando criei a minha própria empresa, não precisei mais me preocupar com a constante burocracia de documentação. A única coisa que eu pago é o imposto mensal, mas me sinto bem mais segura, posso emitir notas e passar mais segurança para meus clientes”.
A Monique de Carvalho também optou pela mesma solução. Estudante de Pedagogia e redatora há mais de 6 anos, a jovem sentiu a necessidade de se formalizar em virtude da competitividade do mercado em que atua. “O marketing digital é muito concorrido, eu preciso garantir confiança dos meus clientes, principalmente se o contratante exigir a emissão de uma nota fiscal e a estratégia tem dado muito certo”, afirma.
O professor universitário Vicente Rigotti, que é especialista em Gestão Financeira, Contábil e Auditoria, atribui o crescimento das MEI’s ao crescente número de desempregados. De acordo com o IBGE, o Brasil alcançou a marca de 13 milhões de pessoas fora da força de trabalho. “Devido a esse cenário, o brasileiro precisou buscar alternativas para gerar renda, começou um trabalho autônomo, vendendo algum produto ou serviço...”.
Embora a rotação do mercado e da indústria avareense seja favorável em relação a outros municípios, o fluxo de contratações desacelerou no último ano. O tímido saldo de 462 admissões no prazo de 12 meses, segundo o Caged, sinaliza um desaquecimento na economia da cidade.
“Estou no comércio há 28 anos, pude ver esse crescimento das MEI’s de perto. Antigamente os autônomos não eram bem vistos pelo mercado, havia restrição de crédito para eles. Em contrapartida, o governo, para aumentar a arrecadação de impostos decidiu criar a MEI. Dessa forma, o autônomo passou a ter CNPJ, o que facilitou a abertura de contas bancárias e concessões de crédito”, salienta Rigotti.
BENEFÍCIOS À ECONOMIA LOCAL – A expansão de novos empreendedores representa o início de um desenvolvimento econômico loca, já que a expectativa para o aumento desses números continua a todo vapor. “A tendência é um aumento da abertura de MEI’s na nossa região, até porque existem muitas pessoas trabalhando sem estarem regularizadas”, finaliza o professor.
QUEM PODE SER MEI - Pelas regras do programa, podem ser MEI negócios que faturam até R$ 81 mil por ano (ou R$ 6,7 mil por mês) e têm no máximo um funcionário. O registro de MEIs permite ao microempreendedor ter CNPJ, a emissão de notas fiscais, o aluguel de máquinas de cartão e o acesso a empréstimos. Além disso, garante o acesso a direitos e benefícios previdenciários. Desde que o empreendedor pague a mensalidade em dia, ele tem direito à aposentaria por idade ou invalidez e benefícios como auxílio-doença e salário-maternidade para as mulheres.
Para manter a empresa em funcionamento é necessário desembolsar uma taxa de R$49. Caso o empreendedor seja prestador de serviço será acrescido o valor de R$5 ou R$ 1, se for vinculado ao comércio ou indústria.
Fonte: Jornal A Comarca