O recém-empossado prefeito Jô Silvestre terá dias difíceis pela frente. Sua primeira semana no Paço Municipal já deu o termômetro do que vem por aí. Contas atrasadas pipocando na mesa e a ânsia de querer mostrar serviço devem estar tirando o sono do alcaide e sua irmã, vice-prefeita. 

Assim como foi impossível para Poio repetir o estilo de Paulinho Novaes, a segunda geração dos Silvestres será sempre comparada com o jeito de governar de Joselyr pai. O contato popular (que Poio não tinha) e os dois esbanjam pode se virar facilmente contra eles. O povo quer Pronto Socorro funcionando, remédio no posto, lixo coletado, buracos tampados, ruas limpas e, além de tudo, festa. Não vai ser possível tão logo. 

Com a saída por 30 dias de seu pai do Centro de Ressocialização, onde cumpre pena e reclusão, Jô ganhou um fôlego (se é que assim se pode chamar). Terá a chance de ficar mais próximo de quem lhe encaminhou ao cargo de prefeito. Certamente, o ex-prefeito tem muitas recomendações a fazer ao filho.  

O buraco é fundo. Precatórios, fornecedores, Avareprev... Com tanta pressão, em uma semana, o novo prefeito já deu a primeira gafe. Afirmou que pagaria até o dia 12 de janeiro o 13º salário devido por Poio. Viu que não dava para cumprir e corrigiu no dia seguinte. Segundo uma fonte de carreira da Prefeitura, já deu o que falar nos corredores do Centro Administrativo. 

Além da dívida impagável, bate na porta do gabinete gente querendo cargo, remédio, troca de lâmpada, vaga em creche, limpeza de estrada e muito mais. Tudo para ontem! É preciso dar tempo ao tempo. Se Jô aprender a prefeitar com responsabilidade e não deixar o desânimo bater diante de tantas críticas que vai sofrer da população pode conseguir atender ao mínimo que se espera dele – eficiência e vontade política.